sábado, 11 de agosto de 2012

Conto em Verso (infantil)





O Nariz Doente




Um, dois, três
Vou contar
Era uma vez...
Um nariz arrebitado
Que começou a fungar,
Ficou todo enregelado.
E começou a pingar.

Sentia-se fraco, doente,
Na cama foi se deitar,
Estava um pouco quente
E começou a suar.

Sua vizinha, Dona Orelha,
Veio o Nariz visitar,
Quando viu sua cor vermelha
Foi o médico chamar.

 

Vaio logo o Doutor Dente
Para atender o chamado
E visitar o doente
Que estava acamado.

O Doutor Dente do Sizo
Era médico afamado,
Tinha bastante juízo
Era sério e dedicado.

Quando no quarto entrou
E viu o doente na cama,
Com cuidado o examinou
Justificando sua fama.

Examinou e apalpou
(Seu Nariz estava mal),
A doença logo achou
E assim falou no final:

- O caso é complicado
Mas eu posso resolver.
Vamos tratar do coitado
Para ele não morrer.

Para ele se salvar,
Ficar fora de perigo, 
E preciso encontrar
Um dedicado amigo.
Pois o que vou receitar
É um elixir precioso,
É difícil de encontrar,
É remédio bem famoso.

Para o remédio encontrar
E o Seu Nariz salvar
É preciso viajar
Pro outro lado do mar.

Por isso é preciso achar
Um amigo dedicado
Que possa longe ir buscar
O remédio receitado.

E lá se foi o doutor
A receita ali deixando.
O Nariz com muita dor
Já estava se queixando.

Dona Orelha foi correndo
Sua irmã gêmea chamar,
E o Nariz ficou gemendo
Com muita dor, a suar.

As duas Orelhas assim
Velaram o pobre Nariz
Que pingava, muito ruim,
Parecia um chafariz,

Dona Boca Bem Vermelha
Ouviu aquele gemido
E perguntou para a Orelha
A causa do alarido.

Orelha pôs-se a contar:
- Seu Nariz corre perigo
Precisamos encontrar
Depressa um bom amigo,

Dona Boca era sabida
Só falava o que era certo,
E, como era decidida,
Chamou as duas pra perto.

Ficaram as duas Orelhas
Prontas para ouvir
O que a Boca Vermelha
Tinha para transmitir,

- Somos todos bons vizinhos
Sempre juntos a viver
Vamos chamar os Olhinhos
Pois ajudar vão querer.

Os dois Olhinhos chegaram
Atendendo ao chamado
A viajar concordaram
Para salvar o coitado.

Dona Boca Bem Vermelha
Deu mais uma opinião:
- Vão chamar a Sobrancelha
Para ajudar na missão.

E as duas, com presteza,
Saíram de sua casa,
Para ajudar na proeza
Formaram uma bela asa.

Ficaram as duas juntinhas
Para não se separar ,
E disseram pras vizinhas
Que poderiam voar.

E voando sobre o mar
Os dois Olhos levariam,
E, certamente, encontrar
O elixir poderiam.

Os dois Olhos se arregalaram
Olhando pras Sobrancelhas
Mas logo nela montaram.
- Vão com Deus, disse uma Orelha.

Que coisa mais divertida
Nunca se ouviu falar
Na posição invertida
Daquela turma a voar.

Voaram por muitos dias
Mas finalmente chegaram,
E com muita alegria
O elixir encontraram.

Enquanto isto o Nariz
Com as amigas do lado,
Sofria muito, infeliz,
Passava mal o coitado.

Dona Boca Vermelha
Rezava ao pé da cama,
Parecia uma centelha
Brilhava como uma chama.

As três, preocupadas,
Já perdiam as esperanças,
Mas pensavam, animadas,
Quem espera sempre alcança.

Mas, por fim, os viajantes
Chegaram do além-mar ,
Vinham muito confiantes
O remédio entregar.

O elixir logo deram
Para o doente tomar,
Pra cabeceira vieram
Todos se acomodar.

Seu Nariz logo engoliu
O elixir num só gole.
Logo se desentupiu
Espirrando como um fole.

Foi parando de suar
E voltou ao seu normal.
Foi parando de pingar
Acabando o seu mal.

Dona Boca Bem Vermelha
Ria, ria, sem parar,
As duas irmãs Orelhas
Não paravam de dançar.

As Sobrancelhas voadoras
Batiam as asas contentes,
Elas eram as salvadoras
De um pobre Nariz doente.
 

Os dois Olhos só piscavam
Felizes com o resultado,
Contentes eles olhavam
Pro Nariz arrebitado.

E todos se ajeitaram
Cada um no seu lugar
E juntos assim formaram
Um rostinho pra eu beijar.