sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PRELÚDIO

Neste país não existem agentes literários e as editoras que recebem textos originais não se dão nem ao trabalho de lê-los, caso o autor seja um ilustre desconhecido, mas se o autor é uma mulher, fruta da jaboticaba  à jaca; se é um sujeito com nome na mídia, já apareceu na TV ou foi protagonista de algum escândalo, o texto é publicado sem demora pela editora.
        Mas não os culpo, publicam porque sabem que o produto é vendável, não importando a categoria ou o assunto, mas somente quem está por trás da caneta. Caso contrário o autor tem que pagar para sua obra ser publicada.
        OK, o autor paga, afinal ele tem recursos para fazê-lo e quer sua obra nas prateleiras das livrarias, mas e a distribuição? Como levá-la para o público leitor? Não há como!
        A maioria dos escritores ficam com seus livros guardados em casa, mostram para os parentes e amigos próximos e guardam o restante.
        Eu não sou mulher-sorvetinho, nem mulher-picolé, sou apenas uma pessoa, quase anônima que escreveu alguns muitos livros, tão anônimos quanto eu.
        Por isso, pensei comigo, "quando eu morrer minha família irá jogar fora toda a papelada que encontrar nas minhas gavetas", é o que acontece com os velhos. Não quero que isso aconteça, portanto, o que escrevi durante toda a minha vida é, agora, de todos, é seu, é do mundo.
        Seja para se divertir, para sonhar, ou para contar aos seus filhos e aos seus netos, da mesma maneira que eu contei.
        Bom proveito!
        E, muito obrigado por lerem o que escrevi!

Nenhum comentário:

Postar um comentário